segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

10 Coisas Que Eu Amei no Japão

Foto: Rafael Helfstein


Fiz a minha primeira viagem ao Japão no final de 2017 e foram muitas coisas que amei na terra do Sol Nascente! Eu ficava impressionada com tudo o que eu vivia por lá. No fim do dia, chegava no hostel e corria pra contar minhas impressões para a Cecilia (que também escreve no Oysters'). Com base nos nossos papos, resolvi fazer uma listinha das coisas que eu amei no Japão! Esta lista é somente um ponto de vista pessoal, tem as impressões de uma turista que viajou por apenas 3 semanas pelo Japão. Quem mora lá provavelmente deve ter ideias e questões diferentes das minhas. Fiz também uma lista de coisas que odiei (leia aqui: 5 coisas que eu odiei no Japão), afinal nem tudo são flores, não é? Mas não tem como negar que o Japão é um outro planeta dentro deste planeta, só estando lá para saber. Impossível explicar em palavras o quanto aquele país é incrível, mas espero que essa listinha ajude a quem nunca foi, a entender um pouquinho o porquê das pessoas voltarem tão encantadas de lá!

Então lá vai a lista de coisas que eu AMEI no Japão:

1. Konbinis (7-eleven, Lawson, Family Mart, etc)

É uma das coisas mais maravilhosas do Japão! Não sei como falar sobre isso com um texto curto, então lá vem textão (juro que é só para esse item)! No Japão os konbinis estão por toda parte, existem mais de 50.000 no país, e ficam abertos 24h por dia, 365 dias do ano. Konbinis são lojas de conveniência, mas são diferentes do que estamos acostumados aqui. Você pode fazer de TUDO lá! Além do básico que já conhecemos (mercearia, higiene pessoal, papelaria, snacks, doces, “comidas”, revistas/jornais etc), nos konbinis o cliente também pode sacar dinheiro no caixa eletrônico, pagar contas, tirar xerox, mandar fax (sim, eles fazem isso), comprar ingressos, imprimir fotos, enviar correspondência e pode até enviar bagagens para algum outro lugar do país (hotéis ou aeroportos, útil para não ficar arrastando malas entre as cidades). Em algumas lojas também vi produtos da Muji (famosa rede japonesa minimalista com itens de decoração, vestuários etc.) a meias e roupas íntimas. Outras têm até banheiro para o público (e os turistas agradecem). Para completar, todas oferecem wi-fi gratuito, coisa que me salvou várias vezes durante a viagem. Mas a melhor parte mesmo era a comida. Comida japonesa de boa qualidade e muito barata! Tinha obentôs (marmita japonesa), oniguiris, sushis, sanduíches, snacks e muito mais (algumas têm até espaguete). E o cliente pode aquecer sua refeição no forninho disponível dentro da loja! Além da farta opção de comida, os konbinis oferecem bebidas quentes e frias, incluindo bebidas alcoólicas. Eu comia alguma coisa de lá todos os dias, sem exagero, porque além de bom, é muito barato. Não sei como seria a minha vida sem essas lojas de conveniência durante minha viagem ao Japão. Saudades, konbinis! ♥
 
Veja o vídeo abaixo da Helô Dela Rosa fazendo um tour em um FamilyMart:



2. Limpeza

As ruas são impecavelmente limpas! Não se vê um pedacinho de papel caído no chão, e se visse, pode ter certeza que alguém vai recolher. Não necessariamente um gari, qualquer pessoa mesmo. Frequentemente se vê voluntários catando lixo pela cidade com suas pinças, dessas de cozinha. Quando eu ia para aqueles lugares turísticos lotados que se deve tirar os sapatos e entrar descalço (geralmente templos), já pensava “ih, vai sujar a minha meia”. Mas não, esses lugares talvez sejam até mais limpos que o chão do meu quarto!

3. Máquinas de bebidas e máquinas de restaurantes

As máquinas de bebidas estão em todos os cantos do Japão. Se você tiver umas moedinhas no bolso, nunca passará sede. Existe uma grande variedade de bebidas quentes e frias na mesma máquina, e dá vontade de sair experimentando tudo! Já as máquinas de restaurantes, você escolhe seu prato nessa máquina (quase sempre ilustrado com fotos), e ela te dá uma fichinha. Entrega-se essa ficha para o atendente e pronto, eles trazem sua comida. É ótimo para os turistas que não falam japonês (já que falar inglês não tem muita utilidade por lá). Lembrando que em restaurantes comuns muitas vezes não existe cardápio em inglês ou ilustrado, muito menos alguém que possa te ajudar traduzindo.

Veja o vídeo abaixo e saiba mais:



4. Metrô silencioso e ordenado

É proibido falar no celular dentro do metrô no Japão, deixando-o no silencioso o tempo todo. Também é proibido assistir vídeos ou ouvir música sem fone de ouvido. Para quem odeia barulho assim como eu, o metrô no Japão é um paraíso, principalmente em Tokyo! Na cidade de Kyoto é um pouco mais barulhento, talvez porque tem muito turista (muito mais que Tokyo). E além do silêncio, todos costumam ser bem educados. Esperam os passageiros saírem do vagão antes de entrar, sem empurra-empurra, formam filas, respeitam o espaço dos outros. É o máximo (igual aqui, só que não)! Na verdade eu só comecei a amar o metrô do Japão depois que voltei para o Brasil e enfrentei o meu primeiro horário de pico após voltar de viagem. Triste! 

5. Cultura da reciclagem

É incrível ver como a coleta seletiva funciona bem no Japão. Todo mundo separa tudo direitinho. Sabe o que é ir em um fast food e as pessoas jogarem canudinho e tampa num lixo, copo no outro e papel sujo no outro? Vi isso com meus próprios olhos! Pode parecer cansativo, mas para mim é maravilhoso! Confesso que às vezes achei confuso, pois existem muitas divisões para a separação, então não sabia onde descartar o lixo corretamente. Mas a divisão basicamente é: lixo queimável, lixo não-queimável e lixo reciclável (e aí entram mais divisões). Achei muito legal ver como o país lida tão responsavelmente com sua produção de lixo.

Veja o vídeo abaixo que fala um pouco sobre a separação de lixo no Japão:


6. Crianças independentes

É impressionante ver criancinhas, de uns 6 ou 7 anos, transitando no metrô e na rua sozinhas numa cidade enorme como Tokyo (e no Japão todo, na verdade)! É uma cena muito comum por lá vê-las indo para escola, para o treino de baseball ou apenas passeando em grupo com os amigos, comendo algodão doce, tomando sorvete etc., sem acompanhamento de um adulto. No metrô em Tokyo eu vi uma mãe com 2 filhos (4 ou 5 anos, no máximo) indo ao banheiro: ela, no banheiro feminino, e os 2 meninos foram sozinhos no masculino. Uma coisa que não é comum aqui na nossa cultura. Além de independentes, eu sinto que lá eles são livres!

Veja o vídeo abaixo que fala um pouco sobre as crianças independentes no Japão:



7. Custo da viagem

Quando eu comecei a planejar a minha viagem, ao contrário da fama que o Japão leva,  já tinha percebido que não era tão caro assim viajar para lá. A hospedagem custou o mesmo que eu já paguei na Europa, passagem aérea também (promocional, claro). Mas não esperava que o resto todo fosse tão barato: comer é barato, passear é barato... Claro que tem coisas caras também (como em todo lugar), mas eu que sempre viajo economicamente, sem luxos, posso dizer que o Japão é muito mais em conta do que se imagina. Dependendo do seu perfil, é até mais barato que viajar para a Europa!

8. Não existe só sashimi pra comer


Muitos brasileiros acham que comida japonesa é só sushi e sashimi. Quando eu falo que não como peixe cru, 80% das pessoas retrucam: “Ué? Uma japonesa que não gosta de comida japonesa?”. Aí nesse momento eu faço aquele clássico ROLLING EYES porque sashimi não é nem 1% de tudo o que a gastronomia japonesa oferece. Você não vai encontrar sashimi em todo canto no Japão, não são muitos restaurantes que servem. A comida típica, do dia a dia mesmo, é comida quente: lámen, udon, sobá, karê, peixe grelhado, carne de porco, arroz com alguma carne empanada. Amei tudo, claro!

9. Bicicletas

Ninguém fala sobre isso, mas é impressionante como o Japão parece Amsterdam no quesito “bicicletas”. Sem exagero, tem ruas inteiras com bicicletas estacionadas, principalmente perto de estações de metrô. E eu não vi ciclovia em lugar nenhum, mas dá tudo certo pois os ciclistas respeitam os pedestres e os carros, e todos respeitam os ciclistas. O mais impressionante é que a maioria das bicicletas que eu vi estacionadas estavam sem cadeado, ficam lá livres, leves e soltas! Mas roubos acontecem de vez em quando, não achem que é 100% seguro. Enfim, Japão também é o país das bikes, quem diria!

10. Os japoneses! 

Eu não esperava ser tão bem tratada no Japão, mesmo já sabendo das histórias sobre isso. Encontrei por lá pessoas extremamente educadas, que pensam no próximo e que fazem seu trabalho da melhor forma possível. É inacreditável como você é bem tratado em lojas, no transporte público, na rua, em todo lugar. Mas na verdade não é nada absurdo, é somente respeito pelo cliente e pelo próximo. Impressiona porque nós brasileiros não estamos acostumados com essa empatia e cidadania tão aflorada, infelizmente. Nas ruas ao pedir informação, todos eram solícitos e tentavam me ajudar, mesmo que não falassem inglês. Assim que cheguei em Tokyo, por exemplo, perguntei para uma moça onde eu poderia comprar a Suica (bilhete único de lá). Ela desceu comigo os 3 andares até a máquina e comprou para mim, também me ensinando como fazer! Depois disso, fui ao balcão de informações perguntar como poderia chegar ao meu hostel, a atendente não só ajudou como mostrou o caminho mais barato e escreveu um passo a passo do caminho, com horários dos trens e baldeações usando diferentes cores de caneta (oi?)! Tem noção? Já cheguei chocada com o tratamento! Outra coisa que eu achei legal é como os japoneses são amigáveis. No bar, por exemplo, ninguém fica só falando com seu grupinho, todos interagem entre si. O melhor do Japão, com certeza são os japoneses! 

Como eu disse no começo, o Japão é um outro planeta dentro deste planeta. Tem que ir lá ver com os seus próprios olhos, acho que não há nada parecido no mundo! Claro que o país também tem suas falhas, mas confesso que a lista de coisas que "odiei" é bem menor que a das coisas que eu amei (veja aqui a lista das 5 coisas que eu odiei no Japão). Só sei que é improvável não sair de lá encantado e querendo voltar o mais rápido que puder. Impossível não amar o Japão! ♥


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5 Coisas Que Eu Odiei no Japão



Antes de mais nada, a lista de coisas que eu odiei no Japão na verdade é um odiei entre aspas. Nada do que eu não tenha gostado me fez realmente odiar o Japão. É só ver que a lista de coisas que amei é bem maior que a de coisas que eu odiei (leiam esse post: 10 coisas que eu amei no Japão). Mas também não existe lugar perfeito, não é? Essa lista tem as impressões de uma turista que viajou por apenas 3 semanas pelo Japão. Quem mora lá provavelmente deve ter ideias e questões diferentes das minhas, por isso é somente um ponto de vista pessoal, não uma crítica a esse país simplesmente INCRÍVEL!

Então lá vai a lista de coisas que eu odiei no Japão:

1. Cigarro e área de fumantes

No Japão as pessoas fumam demais! É permitido fumar na maioria dos lugares fechados, e mesmo se existe uma área para fumantes no ambiente, às vezes é só um espaço separado por uma linha no chão. Então aquele "futum" de fumaça se espalha no local. Eu, não fumante que detesta cheiro de cigarro, sofri! Imagina entrar em um Burger King, por exemplo, e sentir aquele cheiro horrível de cigarro? É muito estranho! Os fumantes devem amar, mas eu detestei! Foi a coisa que menos gostei no Japão.

2. Ausência de latas de lixo

É difícil encontrar latas de lixo nas ruas do Japão. A maioria dos japoneses guardam seus lixos o dia todo para depois descartar na lixeira adequada. Lá, tirando os orgânicos, tudo é reciclado, tudo mesmo! E todos seguem as regras da coleta seletiva e separam certinho. Então, no final das contas, esse item é daqueles que você ama e odeia ao mesmo tempo! É uma questão de costume, e é importante se adequar a cultura do país em que você está. Mas não tem como negar que não é muito conveniente ficar carregando seu lixo o dia todo quando se está viajando.

3. Placas na rua

É muito raro encontrar placas com o nome das ruas, nem em alfabeto romano, nem em japonês. Eu só vi placas (em romano) em Kyoto, mas somente para as avenidas principais. Como fazer para saber qual o nome da rua que você está? Impossível se localizar sozinho. O que eu fazia era sempre ter um mapa nas mãos e me guiar por ele. Ou, se eu continuasse perdida, procurava um wi-fi pra me encontrar no Google Maps.

4. Banheiros sem papel para enxugar as mãos

A maioria dos banheiros públicos no Japão, seja na rua, shoppings ou restaurantes, não tem papel nem secador para enxugar as mãos. Resultado: você sai com as mãos pingando mesmo! Acho que por isso todo mundo anda com lencinhos de papel de bolso por lá.

5. Distância e fuso

Japão, porque tão longe? Detesto essa distância tão grande entre o Brasil e o Japão. O voo é cruel (ainda mais com conexões longas), o fuso é cruel, a adaptação é cruel, não é fácil. Levei mais de uma semana para me adaptar ao fuso quando eu cheguei lá. Para se ter ideia, eu sentia sono super cedo, umas 20h já ia deitar, e acordava todos os dias sem despertador lá pelas 6h da manhã. Horrível! Na volta ao Brasil foi bem pior, eu não conseguia me manter acordada durante o dia na primeira semana! Além disso, por ser tão longe, a passagem é uma das mais caras. Se fosse mais perto acho que eu voltaria todo ano, haha. Porque tããão longe?

E no final das contas, mesmo odiando isso tudo, é impossível não amar o país do Sol Nascente.
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