Durante essa minha viagem que passou pela Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Alemanha, ouvi algumas vezes de pessoas que eu conhecia no caminho: “WHY ROTTERDAM?”. Inicialmente, confesso que não sabia responder em palavras o porquê. Rotterdam não é um destino super turístico como Amsterdam, mas posso garantir que é igualmente encantador, só que por motivos completamente opostos.
Em 1940, durante a II Guerra Mundial, a cidade foi quase completamente destruída por um bombardeio, e da sua reconstrução surgiu uma cidade que é uma mistura do tradicional e do super moderno, beirando o experimental, com uma arquitetura muito diferente da imagem clichê que a maioria das pessoas tem da Holanda. Alguns arquitetos chegam a dizer que: “Amsterdam é a cidade do passado e Rotterdam é a cidade do futuro”. Pra mim esse contraste se complementa e torna a Holanda um país ainda mais interessante do que já é!
Como chegar
O jeito mais fácil de se chegar lá é indo de trem. Os trens partem mais ou menos de 10 em 10 minutos da estação central de Amsterdam, e o trajeto leva aproximadamente 45 minutos. Também é possível fazer um bate-volta a partir de Amsterdam, caso você não queira pernoitar em Rotterdam.
O que fazer
Em 1 dia dá para conhecer todos os principais pontos turísticos da cidade sem pressa (lembrando que se for no inverno, prepare-se para incríveis rajadas de vento geladas que podem atrapalhar um pouco seu passeio).
Se tiver mais tempo, vale ficar um dia a mais e aproveitar para fazer um bate-volta até a cidade de Haia, que fica a apenas 25 minutos de trem de Rotterdam.
Cube House - Stayokay Cube Hostel
Você já pensou em se hospedar em uma atração turística? Pois aqui é possível! No famoso Cube House também funciona um hostel, o Stayokay Cube Hostel. Os preços para se hospedar nele não são nada fora do padrão do resto da Europa, é super pagável. Mas se você quiser pode somente visitar a Kijk-kubus, uma casa-modelo está aberta à visitação.
Witte Huis
A Witte Huis foi o primeiro arranha-céu da Europa, e foi construído em 1898. Foi uma das poucas construções que sobreviveram ao bombardeio em 1940. Vale passar aqui e conhecer também essa área cheia de bares e restaurantes ao redor do rio Oude Haven.
Markthal
Alguns chamam o Markthal de “A Capela Sistina Holandesa” por causa do seu teto ilustrado pelo artista Arno Coenen. Os mais puristas podem achar um exagero, mas eu achei a arte fantástica! No local funciona um mercadão, um lugar onde se pode comer bem e experimentar comidas locais.
Euromast
O Euromast é uma torre de observação de 180m de altura que oferece uma vista panorâmica da cidade. A vista é incrível! AVISO: o pagamento da entrada para a Euromast é feito somente com cartão de crédito e débito, não existe a possibilidade de se pagar em dinheiro. Vai entender...
Hetpark
O parque chamado simplesmente de “O PARQUE” (tradução de Hetpark), é um lugar onde os locais costumam relaxar e fazer churrasco no verão. Festivais e eventos também acontecem por aqui com frequência.
Veerhaven
Veerhaven é um pequeno porto onde ficam ancorados barcos à vela, navios históricos e iates modernos. Tudo junto e misturado. É bem bonito de se ver, vale passar por aqui entre uma atração e outra.
Erasmusbrug
A ponte Erasmus, carinhosamente apelidada de “o cisne”, é um ícone de Rotterdam. É uma das pontes mais famosas da Holanda, que liga a parte norte e a parte sul da cidade.
Westersingel
Aqui é um lugar somente pra se andar e apreciar a paisagem. O Westersingel é um pequeno canal cheio de esculturas ao longo do caminho.
Laurenskerk
Esta igreja gótica de 1525 é a única construção medieval que resta no centro de Rotterdam. Ela foi bem danificada no bombardeio em 1940, mas foi restaurada em 1952. Em uma foto histórica (clique aqui para vê-la) dá para ver bem como é que ficou a cidade e a igreja na época.
Então se alguém te perguntar no caminho “WHY ROTTERDAM?”... A resposta é simples: “WHY NOT?”. Não é mesmo?
No carnaval deste ano fomos à Chapada dos Veadeiros (GO) com a Ecotrips, agência especializada em turismo ecológico. Estavam inclusos no pacote o transporte aéreo até Brasília; traslado Brasília - Alto do Paraíso (cidade-sede da Chapada) / Alto do Paraíso - Brasília; hospedagem (com opções de pousada, hostel ou camping) e turismo em Brasília, ao final da viagem. Os passeios na Chapada com guias locais eram opcionais, mas fechamos todos eles com a Ecotrips, e é sobre eles que falaremos a seguir!
A cidade de Alto do Paraíso
Vimos em alguns blogs por aí o alerta da necessidade de levar dinheiro vivo nessa viagem. Segundo eles, na cidade de Alto do Paraíso não existia estabelecimentos que aceitassem cartão, muito menos bancos. Esta informação é meio BALELA! É imprescindível levar dinheiro vivo sim, mas isso é regra em qualquer viagem. E se conseguir viajar com ele trocadinho, melhor, ajuda muito o comerciante. Mas a cidade conta com muitos restaurantes e lojas munidas de maquininha de cartão e também conta com agências bancárias (Itaú e Banco do Brasil).
Alto do Paraíso é linda, bem cuidada e conta com uma ótima estrutura: mercadinho bem abastecido, empório de comida orgânica, lanchonetes, muitos restaurantes e padaria. Além, claro, da feirinha hippie com artes maravilhosas dos artesãos locais.
Junto com a Chapada, Alto do Paraíso forma aquela vibe mística, do bem e ~interplanetária~, que faz jus ao nome que tem. Muitas vezes você pode se pegar questionando: Por que eu não moro aqui?
Apesar da vibe zen, você vai encontrar um carnaval delicioso (se decidir ir para lá nessa época), com bloquinhos, festa de rua e tudo mais.
Onde se hospedar
Nós ficamos hospedadas na cidade de Alto Paraíso. Há também a opção de ficar na Vila de São Jorge, que é bem pequeninha e fica na entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Mas Alto do Paraíso conta com uma estrutura melhor para turistas.
Em Alto do Paraíso, escolhemos ficar no Jardim da Nova Era (reservas via Booking.com), uma das opções de hospedagem oferecidas no pacote da Ecotrips. Trata-se de um belíssimo Hostel e Camping cuidados com o maior carinho pelo nosso querido guia Fagner e sua família. O Jardim da Nova Era complementou o astral maravilhoso desse lugar. Para nós, já não pode existir Chapada dos Veadeiros sem a Nova Era!
Além disso, eles oferecem serviço de guia para inúmeros passeios e foi com eles que fechamos os nossos, através do intermédio da Ecotrips. Você pode fechar seus passeios diretamente com o Jardim, mas recomendamos que seja rápido, principalmente em alta temporada.
Nossos guias locais, Fagner e Rodolfo, juntamente com o Leandro, da Ecotrips, fizeram a diferença em todas as (duras) trilhas que fizemos. Nossa viagem foi especial em grande parte pela nossa sorte de ter 3 guias tão legais e preparados acompanhando a gente nesses 4 dias.
Rodolfo, Leandro e Fagner. Nossos guias queridos!
. Passeios
Somos sinceras em falar que quase todas as trilhas que fizemos foram difíceis e um grande desafio para nós. Seja para um sedentário, seja para um perfil mais atlético, é um tanto complicado. São muitas subidas, descidas, escaladas, lugares escorregadios, pedras soltas, abismos do outro lado, muito sol, muitos quilômetros andados em um ritmo intenso… mas como dissemos, sedentários também conseguem e vão se surpreender com seu desempenho. Nós nos surpreendemos! ;)
No final, a recompensa de se chegar em cachoeiras LINDAS, faz valer a pena o perrengue!
PS.: Leve um Dorflex, talvez você precise dele.
DIA 1: Vale da Lua, Cachoeiras Almécegas I e II e São Bento
A primeira parada foi no Vale da Lua, um lugar de fácil acesso, com formações rochosas que lembram a superfície da Lua. As águas correm com extrema força por entre as rochas esculpidas pela água. É realmente uma paisagem de outro mundo! A entrada custa R$ 20,00, e é paga à parte.
De lá, fomos almoçar no Rancho do Valdomiro. Experimentamos a tal da matula, comida típica da região. Não dá para ir para a Chapada e não almoçar um dia nesse lugar! O Seu Valdomiro também vende licores de vários sabores, e você pode degustar todos eles no local.
Depois do almoço, partimos para a Fazenda São Bento. A entrada, que dá acesso à Almécegas I e II, custa R$ 30,00 e é paga à parte também. A primeira cachoeira que acessamos foi a Almécegas I. É uma cachoeira imponente e com acesso mais difícil à água devido às pedras, mas vale a pena nadar nela. São águas profundas como qualquer outra, mas se você não sabe nadar, os guias carregam colete salva-vidas para emprestar aos turistas. Caso não queira descer até à água, existe um mirante para admirá-la. É de tirar o fôlego!
A Almécegas II tem uma queda pequena. Ela tem 2 partes, a de baixo (da foto abaixo) e a cima. Ambas são piscinas naturais rasas e cheia de peixinhos.
Terminamos o passeio do primeiro dia na Cachoeira São Bento. Ela é bem funda, então nessa, os mais aventureiros podem pular de cima da pedra!
DIA 2: Catarata dos Couros
Passeio obrigatório para quem visita a Chapada. A grandiosidade e a potência desta catarata faz você se sentir (quase) um nada. Além disso, é um complexo de grandes cachoeiras e muitas trilhas.
No início da trilha tem uma cachoeira com uma queda menor, menos imponente, mas muito bonita! Mergulhamos lá na volta, antes de ir embora.
. DIA 3: Parque Nacional da Chapada - Trilha dos Saltos 1 e 2
A trilha mais longa e complicada da viagem, mas não desista porque vale muito a pena! De todas elas, essa trilha é a que tem o caminho mais bonito, com muitas árvores e vegetação nativa do cerrado. Saltos 2 tem uma trilha final vertical (descida e escalada), mas dá para encarar! Apesar de ser uma trilha complicada, no caminho existem alguns mirantes onde você pode parar para descansar.
Em grande parte do caminho, a gente anda por uma trilha de cascalho de cristal. Essas pedrinhas brilhantes e transparentes não devem jamais ser retiradas da natureza! Com esta consciência, ajudamos a preservar esta rara peculiaridade da trilha e que obviamente não é renovável. Faça como a gente: tire uma foto e guarde na memória. ;)
Passeio extra do dia: Reggae na Cachoeira dos Cristais
Na última noite em Alto do Paraíso, fomos até à Cachoeira dos Cristais, que conta com uma ótima estrutura para balada e shows. É uma delícia o ambiente, onde à noite se ouve o barulho da queda d'água e junto a isso, um reggae do bem para renovar as energias. Vale a pena conferir algum show por lá!
DIA 4: Loquinhas e tour em Brasília
Este passeio na Cachoeiras das Loquinhas (lê-se “Lóquinhas”) foi decidido de última hora. A gente tinha algumas horas livres antes de ir para Brasília, então resolvemos aproveitar a manhã por lá.
Lá a trilha é bem fácil, o que é um acalanto para os 3 dias de trilhas intensas. A estrutura é muito boa e organizada, com pontes suspensas de madeira por todo o caminho e banheiro na entrada. Os poços e as cachoeiras são bem bonitos, com águas transparentes azuis e esverdeadas. É ótimo lugar para finalizar sua viagem e relaxar!
Partimos para Brasília ao meio-dia e chegamos lá mais ou menos às 16h. Como nosso voo era só às 21h, tivemos umas 2 horas para fazer um tour rápido pela cidade antes de irmos para o aeroporto. Fizemos um tour por todo complexo político nacional (Congresso Nacional, Esplanada dos Ministérios, Itamaraty, etc.) e a Catedral Metropolitana. Deixe de lado seu rancor pela política nacional e visite os pontos turísticos de Brasília. Vale a pena!
Talvez as imagens que colocamos neste post ilustram muito pouco o quão incrível foi essa viagem. Então deixamos este vídeo que o Fagner (aquele nosso guia do bem) fez, mostrando como foram nossos lindos 4 dias na Chapada dos Veadeiros.
. FAQ
Como faço para chegar lá?
O jeito mais fácil é voar até Brasília e de lá seguir para Alto do Paraíso de carro ou ônibus. É um caminho de mais ou menos 250 km, mas a estrada é boa e segura. O transfer do aeroporto até Alto do Paraíso estava incluso no nosso pacote da Ecotrips, mas várias pousadas e hostels de lá oferecem esse tipo de serviço. Se optar por ir de ônibus, é bom informar que não existem muitas opções de horários, por isso vale checar as disponibilidades antes de ir.
É possível ir sem passeio fechado?
Sim, é possível. Muitos grupos sem guia cruzavam conosco nas trilhas e a maioria deles vai em dupla ou mais gente. Neste caso é aconselhável alugar um carro, já que não existe transporte público até os lugares turísticos. Mas os valores de ir acompanhado com guia não são nada exorbitantes. Além disso, ter guias locais especializados dá mais segurança para sua viagem, e você também é muito mais privilegiado com informações sobre a fauna, flora, história e geografia do lugar.
O que levar para as trilhas?
RG ou CNH dentro da validade, dinheiro, câmera, biquini/sunga, tênis para trilhas, mochila, cantil para água, capa de chuva, boné, protetor solar, repelente, lanches, roupas leves e medicamentos próprios.